De 29 a 31 de maio aconteceu o tradicional congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, na sigla em inglês ASCO 2020, o maior congresso sobre câncer do mundo. Esse ano, devido a pandemia, o evento foi online e reuniu cerca de 42.700 especialistas para apresentar as principais novidades no combate ao câncer.
Entre os temas discutidos durante o encontro ganharam destaque estratégias contra alguns tipos de doenças que, ainda, não havia avanços recentes como, por exemplo, as neoplasias trofoblásticas e tumores de próstata e pâncreas em estágio avançado. O encontro virtual ainda trouxe novidades sobre a relação entre o câncer e a progressão da COVID-19.
Algumas pesquisas apresentadas contaram com a participação de cientistas brasileiros. Uma delas é o estudo sobre a utilização do Oncotype X no aperfeiçoamento da indicação de quimioterapia para câncer de mama.
Uma das etapas dessa pesquisa contou com a participação de 155 voluntárias do Hospital Pérola Byington, em São Paulo. O estudo contou com 151 mulheres que haviam sido direcionadas à receber quimioterapia e hormonioterapia, porém, com a investigação do DNA tumoral concluiu-se que apenas 47 precisariam, de fato, da quimioterapia.
Outra novidade foi um estudo, também brasileiro, considerado o primeiro no mundo a avaliar o uso isolado de tratamentos que não comprometem a produção da testosterona em homens com câncer de próstata metastático.
Já sobre os impactos da COVID-19 no tratamento e pesquisa do câncer, um painel do Instituto do Câncer dos EUA exibiu os principais abalos da pandemia na oncologia. Entre esses impactos estão: atraso no diagnóstico, queda do rastreamento dos tumores e interrupções no tratamento.
Entre os temas abordados durante a ASCO 2020 ainda constam:
– Estudos que comprovam que o câncer é fator de risco para mortes por coronavírus;
– Imunoterapia na melhora do câncer colorretal e a Imunoterapia contra um câncer ginecológico raro, as neoplasias trofoblásticas. Esse tipo raro de tumor feminino costuma aparecer durante ou após a gravidez.
– Pesquisas apontaram que, mesmo antes do diagnóstico do câncer de pulmão, os pacientes que param de fumar colhem benefícios concretos e aumentam a chance de sobrevida.