O novo tratamento ainda está em fase inicial e evitaria a necessidade de cirurgia para a remoção do tumor
Publicado em 22.03.21
Em fevereiro, pesquisadores da Universidade Yale, nos EUA, desenvolveram uma injeção para tratar o câncer de pele. O estudo foi publicado na revista médica Proceedings of the National Academy. A injeção tem nanopartículas carregadas de quimioterápicos que eliminam o tumor. Dessa forma, o paciente ficaria livre de cirurgia e reduziriam os riscos de infecção na lesão.
Os cientistas fizeram testes em roedores com carcinoma de células escamosas, um tipo de câncer de pele. Em um grupo foi aplicado o quimioterápico camptotecina sozinho e, no outro, em nanopartículas. Após 10 dias os resultados foram significativos.
Descobriu-se que 50% do fármaco administrado com nanopartículas foi retido nas células tumorais. Já nos animais que só receberam o medicamento, não foi possível detectar o medicamento. Com isso conclui-se que o grupo que recebeu nanopartículas o tumor regrediu significativamente, sendo que, em 20% dos roedores o tumor sumiu.
Esse resultado só foi possível porque as nanopartículas funcionam como uma fita adesiva. Elas ficam presas no tumor o tempo suficiente para eliminar um grande número de células cancerígenas.
Em um segundo experimento, os pesquisadores combinaram o tratamento com outro agente que estimula o sistema imunológico a combater as células cancerosas que restaram. Os roedores que foram tratados com as duas frentes sobreviveram por mais tempo.
O estudo está em fase inicial, portanto, ainda há um grande caminho até que esteja disponível nos consultórios. A equipe de pesquisadores pretende dar inicio aos ensaios clínicos em humanos para avaliar a segurança e eficácia do tratamento.